Novos hackers: a segurança dos dados em carros autônomos

Com quem os carros autônomos podem se comunicar? Quais pessoas podem ter controle sobre suas informações? Confira em nosso blog.

No futuro, a ideia é que os carros autônomos funcionem como uma extensão de nós mesmos. Os veículos poderão interagir uns com os outros, com a infraestrutura, seus fabricantes e proprietários. Cheios de sensores e conexões, devem gerar até 4000 GB de dados por dia, de acordo com a Intel.

A Gartner, empresa de consultoria internacional, estipula que o número de veículos desse tipo nas ruas será de um quarto de bilhão até 2020. Já a McKinsey estima que a própria indústria de dados automotivos deve valer cerca de 750 bilhões de dólares até 2030.

Big Data, ou seja, o processamento e análise por máquinas de um número humanamente imensurável de dados, deve ser o combustível que permitirá cada vez mais atualizações nos sistemas veiculares.

Os carros nunca mais serão apenas chassis mecânicos que servem para nos transportar. Por um lado, isso parece incrível. Mas, ao mesmo tempo, surge um questionamento: em uma condução plenamente automatizada, com quem mais o veículo poderá se comunicar?

Em outras palavras, quem poderá acessar ou ganhar controle sobre as informações coletadas? Os carros autônomos são projetados com o objetivo de tornar o ato de dirigir mais sustentável e seguro, mas a possibilidade de infiltração de hackers e do uso irresponsável de informações, entretanto, pode ser um grande obstáculo.

Carros autônomos e os hackers em alta velocidade

Imagine a si mesmo dirigindo na estrada quando, de repente, a música começa a explodir nos alto-falantes, a marcha do carro é trocada e o motor é desligado quando deveria seguir o trajeto.

Essa experiência é real e foi realizada com um jornalista da revista Wired, para uma matéria lançada em 2015.

Os hackers Chris Valasek e Charlie Miller, desafiados a hackear um carro em movimento, conseguiram encontrar uma brecha no sistema de infoentretenimento do veículo.

Essa é só uma prova remota de que os avanços tecnológicos que tornam possíveis os carros autônomos também trazem vulnerabilidades com as quais o setor automotivo não se preocupava até então.

Isso porque o número de pontos de conexão e gateways aumenta consideravelmente. Agora, os veículos contarão com duas interfaces. A primeira servirá para se comunicar uns com os outros e com a estrutura pública online.

Já a segunda pode ser chamada de “sistema de infoentretenimento”, pois oferece aplicativos e experiências de acordo com os gostos e preferências do proprietário, também gerando dados a cada minuto.

Quais são os perigos?

Quanto mais funções e aplicativos no carro, mais potencial para uma invasão. Os hackers poderiam trocar as marchas ou desligar partes dos veículos como o motor ou os pedais.

Com computadores no comando, mesmo a hipótese de uma tomada de controle completa não pode ser descartada.

Além, é claro, do uso de dados de forma abusiva por parte dos fabricantes e desenvolvedores de aplicativos.

Por que hackear um carro?

Outra questão importante é entender até que ponto o esforço de invadir um veículo é interessante para alguém.

Nesse caso, existem dois grupos possíveis. Um de criminosos, e por eles seriam realizadas invasões com grande interesse financeiro, em alvos específicos.

E um segundo grupo formado por serviços de inteligência para espionagem política ou industrial. Nesse casos, não só a invasão de carros autônomos é possível, mas todo um hackeamento rodoviário, envolvendo a infraestrutura da cidade.

Há como garantir a segurança?

Existem sistemas de segurança que podem ser formulados em todos os níveis de complexidade. Softwares, hardwares ou processos de implementação. Para tal, os fabricantes ou desenvolvedores precisariam ter em mente um perigo constante.

A Tesla, por exemplo, oferece uma recompensa financeira para hackers que encontrem vulnerabilidades nos sistemas e informem a empresa.

Apesar da questão ser uma novidade para a indústria automotiva, o embate entre uso de dados, privacidade e segurança é recorrente na sociedade como um todo.

Nos Estados Unidos, a legislação coloca a responsabilidade por falhas de segurança nos fabricantes em geral. Também existem multas por má conduta no uso dos dados, como compartilhamento com outras empresas ou uso deliberado em propagandas.

Em geral, é exigido o consentimento do cliente antes do uso e compartilhamento de seus dados confidenciais, mas os avisos e termos ainda não são completamente compreensíveis para a população em geral.

Os consumidores devem ter total controle dos dados?

Também é necessário avaliar se a insegurança quanto a tais vulnerabilidades e falhas não estará minando o uso dos dados de forma positiva.

Em alguns casos, a necessidade pode superar a possibilidade de escolha do consumidor. Por exemplo, o serviço de emergência de carros autônomos poderia informar aos socorristas quanto a força do impacto, número de pessoas no carro, uso de cinto de segurança e avarias no modelo.

Aliás, a própria causa de 94% dos acidentes de trânsito do Estado de São Paulo é erro humano. Sistemas de assistência que consomem um grande número de dados pode atenuar e muito esse índice.

Em geral, as oportunidades trazidas pela automatização não devem ser ignoradas somente pela chance de hackeamento ou uso indevido de informações.

Dados com uso positivo

Quando usados com a intenção correta, os dados podem significar diversas melhorias, como manutenção preventiva e experiências melhores para o proprietário.

Os casos como o escândalo do vazamento de dados pelo Facebook só mostram que, apesar de cederem seus dados, os consumidores ficarão insatisfeitos se eles forem usados de forma não acordada.

Para evitar problemas, a tendência é que esta relação se torne mais transparente, com maior importância para a privacidade e consentimento.

Novas leis também deverão abordar o assunto mais diretamente, punindo o excesso ou e fiscalizando o uso.

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