O biometano, gás extraído de matéria orgânica em decomposição, é a nova aposta para um trânsito mais sustentável e econômico. Além de 100% renovável, a versão refinada do biogás apresenta um custo 56% menor que o diesel, de acordo com reporte da montadora Scania.
A tecnologia para a extração com aparelhos biodigestores existe no Brasil e já acontece com esgoto, lixo, restos de alimentos e resíduos da agricultura.
Segundo o CIBiogás (Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás), o biometano pode reduzir as emissões em até 90% quando comparado à gasolina.
Ainda, a sua utilização deve evitar o lançamento do metano diretamente na atmosfera, um dos poluentes responsáveis pelo aquecimento global.
Outro estudo, formulado pelo Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), apontou que veículos movidos a diesel são responsáveis pela metade da concentração de compostos tóxicos no meio ambiente.
O uso do biometano em automóveis hoje
Atualmente, o biometano pode abastecer qualquer modelo que possua o kit de Gás Natural Veicular. Esse abastecimento segue uma regulamentação geral, formulada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
O combustível encontra-se em fase de testes e deve chegar logo ao mercado. No meio tempo, algumas empresas já produzem e usam o gás em seus veículos.
A Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) foi a primeira a produzir biometano exclusivamente do lodo proveniente de seus tratamentos de esgoto.
O processo empregado remove as impurezas do biogás, deixando-o 96% puro, o que atende à regulamentação para o uso em automóveis.
A ANP também está desenvolvendo normas específicas para o biometano proveniente de aterros sanitários. A prática deve ser estimulada, visto que resulta em grande economia e benefícios ambientais.
Como é feito fora do Brasil?
O uso do gás como combustível já é consolidado no mercado europeu. A Suécia foi pioneira na implantação da tecnologia e atualmente 90% da sua rede de gás veicular consiste em biometano.
Segundo dados da Scania, montadora sueca, 40% de todos os ônibus rodando no país são abastecidos com o combustível.
Ainda de acordo com a marca, o biometano apresenta uma média de consumo inferior ao diesel (são 2,02 km/m³ contra 2,2 km/l), mas apresenta um custo até 30% menor.
Perspectivas para o futuro
O potencial do biometano no Brasil é muito alto. É o que diz uma pesquisa realizada pela ABiogás (Associação Brasileira de Biogás e de Biometano).
De acordo com a instituição, o país tem capacidade para produzir 52 bilhões de m³ do gás a cada ano, o que abasteceria 25% de toda a frota brasileira. Com a crise na extração dos combustíveis tradicionais, é um caminho promissor.
O levantamento também afirma que, em 2018, 42 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram enviados a aterros no país. Somente 2% desse total foi usado para produzir combustível.
Iniciativas governamentais
Em Minas Gerais, foi assinado um decreto para incentivar o uso do biometano. Os veículos novos fabricados com motor de propulsão à gás terão direito a benefícios fiscais, como isenção do IPVA.
Uma parceria com a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) também faz parte do projeto e prevê que a empresa fabrique automóveis motores predispostos ao uso do gás.
Também há o RenovaBio, plano do Ministério de Minas e Energia, que tem como objetivo aumentar a participação de biocombustíveis na matriz energética brasileira até 2030, tanto para redução das emissões quanto para maior segurança energética.
A iniciativa propõe a criação de metas anuais de descarbonização, estimulando o setor responsável a investir na extração e produção de biocombustíveis.
Em breve, a sociedade verá os resultados destes investimentos, podendo contar com uma gama variada de combustíveis.
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