A igualdade de gêneros no setor automotivo
Você sabe como está o cenário da igualdade de gêneros no setor automotivo? As mulheres ainda são minoria em empresas do segmento, pouquíssimas ocupam cargos de liderança e as diferenças salariais ainda existem!
Apesar disso, algumas iniciativas recentes têm representado uma importante tentativa de transformar este cenário por meio da informação, de ações práticas e principalmente por meio da voz das poucas mulheres que trabalham no setor.
As estatísticas do setor
Em 2018 a Automotive Business publicou uma pesquisa sobre a presença feminina no segmento. Que revelou dados fundamentais para a reflexão da igualdade de gêneros no setor automotivo. No total, 127 empresas participaram da pesquisa respondendo aos questionários.
Apenas 6% dos cargos de alta liderança são compostos por mulheres. Já quando todos os cargos são considerados, a presença feminina é de 17% do total. O salário de mulheres chega a ser 33,8% menor do que o de homens em cargos equivalentes.
Entre 2013 e 2017, o número de mulheres em cargos de liderança em empresas do setor cresceu 24,7%. Nos cargos de diretoria, especificamente, o crescimento foi de 52,7%. Já nos cargos de gerência, a presença feminina subiu 26% de um ano para o outro.
Entretanto, nos cargos de presidência e/ou vice-presidência, uma decepção: não houve mudanças. Havia 17 mulheres nestes cargos em 2013 e em 2017 esse número permaneceu o mesmo.
Outro dado interessante apontado pela pesquisa é que em 77 das 127 empresas entrevistadas não há mulheres em cargos de diretoria, e apenas 16 empresas têm mulheres como presidente e/ou vice-presidente.
Promovendo a igualdade de gêneros no setor automotivo
Apesar dos resultados desanimadores, algumas companhias do setor automotivo têm apresentado iniciativas para mudar o cenário.
Por exemplo, em 2017, a empresa siderúrgica Gerdau, importante fornecedor para montadoras e fabricantes de autopeças, adotou os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs) da ONU.
Desde então a Gerdau tem investido em políticas para incentivar a igualdade de gênero na empresa: oficinas de conscientização com a alta liderança, treinamentos sobre vieses inconscientes para mais de mil líderes, capacitação do comitê de diversidade para garantir o comprometimento com o tema, recrutamento às cegas para evitar machismos e preconceitos, e a estruturação de um projeto para a contratação de mulheres para a área de logística, com o intuito de elevar sua participação nas áreas operacionais nos complexos industriais.
Além da Gerdau, outra empresa que tem trabalhado pela igualdade de gêneros no setor é a Cummins, fabricante de motores para automóveis. Em 2010, a empresa fundou um grupo voltado às colaboradoras: WAG – Women’s Affinity Group. Esse gripo foi implantado em todas as unidades da América Latina. O diretor de engenharia da Cummins afirmou que a participação das mulheres passou a crescer depois do WAG. “Só na engenharia o salto foi de 17% para 34% nos dois últimos anos [2015 – 2017] na unidade de negócios de motores”.
Ana Theresa Borsari é diretora-geral do Grupo PSA no Brasil, que detém as marcas Peugeot, Citroen e DS Automobiles. A primeira mulher a comandar uma unidade do grupo PSA no mundo quer trabalhar para que uma mulher em posição de liderança no mercado automotivo não seja algo surpreendente, mas natural.
Assim, o programa Woman Engaged for PSA foi implantado na unidade brasileira em 2018. O objetivo desse programa global da companhia é contar com a voz das mulheres nas decisões estratégicas do grupo.
Por que é preciso lutar?
Promover iniciativas para mudar as estatísticas do setor automotivo é urgente! E o motivo é óbvio: mulheres e homens são iguais em valor, competência e capacidade de aprendizado. Esse fato precisa ser naturalizado num segmento historicamente dominado por homens.
Além desse fator primário, pesquisas indicam que a igualdade de gênero adicionaria US$12 trilhões à economia global e US$850 bilhões ao PIB do Brasil (McKinsey), que empresas com mulheres em cargos de liderança aumentam em 21% a chance de ter desempenho financeiro acima da média (Mckinsey), e que organizações com mais diversidade geram 19% mais receitas a partir de inovação (Harvard Business Review).
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A Metagal, líder no mercado de espelhos retrovisores e no desenvolvimento de câmeras para monitoramento veicular, é um exemplo da constante busca por inovação. Há mais de 50 anos no setor, a empresa investe pesado em pesquisas, capacitação de seus profissionais e novas tecnologias automotivas.